20 de jun. de 2007

Vai em Paz Maycon Victor



Maycon Victor não era apenas um agitador cultural.

Era um guerreiro que sabia escolher as armas para lutar em favor de um

setor tão pouco lembrado pela população e tratado de forma secundária e

clientelista por políticos ignorantes, que cultivam, a seu favor e contra a

democracia, a idéia que povo sem educação é melhor para ser manipulado.

Justamente Maycon Victor tinha uma visão consciente do que era brigar

em prol da cultura. Tinha uma visão política e sempre bem objetivo em

suas colocações debatia sobre a cena cultural rondoniense como um todo, partindo do ponto de que sua cidade também necessita de criar pontos de comunicação e colaboração e via que a melhor via era o intercâmbio, portanto,

as outras cidades de Rondônia teriam que se atentar a isso.

Exemplo de que a cultura jovem de Rondônia pulsa com consciência crítica,

política (não confunda com politicagem) e honesta.Maycon era acadêmico de

Jornalismo da ULBRA de Ji-Paraná, cursava o último período, e atualmente

trabalhava no jornal Folha de Rondônia, nas páginas policiais.

Além de tudo isso Maycon Victor era o vocalista da banda Calibre a Gosto,

uma das mais políticas e complexas bandas de Rondônia, daquelas que não se

rotula, difícil de assimilar no início, estava além do senso comum que se vê por

aí, como poucas bandas o fazem.

Infelizmente neste último domingo um rio marcou a fatalidade com este jovem, o que não só comoveu a comunidade de Ji-Paraná, mas sim todos que o conheceram nos rocks da vida, suas idéias e convicções:

- Elton Costa, banda Rádio Ao Vivo, Porto Velho:"Uma pessoa que lutava por uma união de cenário cultural, sem exclusões e alguém que lutava ou era um grande incetivador cultural"

O que fica são as lembranças e a estima e o respeito por quem tanto incentivou a cultura em nosso estado tão necessitado. Valeu Maycon...


Nettü Regert

2 comentários:

sanderssomething disse...

O bom e velho Renato R., entoava um verso numa canção do 'divisor' álbum "o descobrimento do Brasil" que carregava um refrão assim: "É tão estranho.... os bons morrem jovens...." nesse momento para todos nós amigos, colegas e admiradores do Maycon, esses versos soam como uma profecia, uma poética premonição. Porém, acho que essa é uma impressão enganadora, que envolve com poesia uma situação pura e simplesmente trágica.
Hoje a cena da música underground de nossa cidade lamenta uma perda repentina, trágica, incompreensível e irreparável.
Deus queira que possamos nós, nos livrar das lamentações e nos voltar para as lições positivas que tiramos da perda do nosso irmão, aquelas lições que nos ensinam a segurar a onda e enfrentar as batalhas pela música, cultura e arte de cabeça erguida.
Que o exemplo do nosso querido Maycon, que bradava (às vezes desafinadamente) pela vez da nossa discriminada condição alternativa, nos inspire a dar seguimento ao seu legado, o da busca cega e apaixonada pela voz controversa do jovem por meio do rock and roll.

Made in Marte disse...

velho um cara que eu descobri agora e tava conhecendo suas músicas, conversei até com o cara da scrooff que me falou que era um cara muito saangue bom. Bem, eu não o conhecia, mas acho que realmente vai ficar um vazio, como é de se esperar, eu que logo queria ouvir a banda dele.
Que a nossa cena se encha com mais caras como ele, que me conquistou só nos blogs e orkuts da vida só pra me deixar na mão.