12 de mai. de 2008

TA QUERENDO SE INFORMAR SOBRE CULTURA INDEPENDETE?



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Então, está esperando o que? Acesse:



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MACONHA NA RODA


Gostaria de comentar aqui sobre o Ronaldo e seus travestis, ou quem sabe, especular sobre quem matou a Isabella. Mas o assunto que me chamou atenção no último final de semana foi a famigerada Marcha da Maconha. Finalmente algo realmente diferente nas notícias diárias!


Já quero deixar aqui minhas felicitações ao Ministério Público dos estados de SP, RJ, MG, MT, PR, DF, CE, PB e BA por agir tão prontamente contra o direito básico de debater idéias. Estendo os elogios à polícia, que em função de uma aglomeração de “maconheiros”, mostrou todo seu potencial repressivo a quem, por ventura, estivesse próximo aos locais de concentração do grupo que luta pelo direito de se discutir a legalização da maconha... Vou frisar para que fique claro: direito de se discutir o tema.


A menos que os órgãos competentes não tenham sido bem informados (ou não se deram ao trabalho de), mas foi esse o argumento utilizado desde o início pelos organizadores da marcha.


O site do grupo (www.marchadamaconha.org) diz, entre outras coisas, que “a Marcha visa construir espaços onde indivíduos e instituições interessadas em debater a questão possam se articular e dialogar”. Mais claro que isso, impossível.


Pois bem, a cambaleante marcha aconteceu sem adesão e muita polícia. Abalada pelas proibições, a marcha seguiu sem o volume esperado, mas para a alegria dos organizadores, havia câmeras, caros leitores. Muitas delas. Chamadas ao vivo, matérias completas, repórteres enviados aos países onde a droga havia sido descriminalizada etc. Tudo ali, quentinho.


Como rastilho de pólvora, uma agitação repentina nas padarias, nas mesas de almoço e nas dissertações colegiais, a maconha virou o prato principal das conversas entre brasileiros.
Agora pergunto: adiantou proibir a marcha? Será mesmo que a Marcha não alcançou seu objetivo inicial?


As determinações do Ministério Público seriam ridículas, se não fossem preocupantes. Não é a primeira vez que grupos de cidadãos são coagidos por forças públicas. MST, Anarco-Punk e sindicatos são exemplos de movimentos que constantemente são achacados pela força policial.
Mas ao contrário da Legalização da Maconha, as causas não são polêmicas e não merecem a publicidade dispensada aos “maconheiros” rebeldes de algumas capitais brasileiras.


Não me sinto capaz de afirmar, se é benéfico ou não para a sociedade brasileira, ter a maconha legalizada para consumo. Muito embora acredite que, especificamente neste caso, exista uma confusão de critérios - me soa arbitrário dizer que o álcool é menos prejudicial que a maconha, por exemplo.


Porém, como cidadão, me sinto no direito de achar que movimentos pacíficos que se propõem a debater qualquer tema, podem e devem ser ouvidos e respeitados. O Estado democrático deve valorizar a opinião de minorias consideráveis, e não esmagá-las por divergirem dos valores hegemônicos.


Pensem nisso.


Paulo Demétrius Lima Francioli

cursa jornalismo no Mato Grosso do Sul

Um comentário:

Unknown disse...

Boy me dá orgulho =D
Texto amarradinho, parabéns Bóbis (e de tema muit pertinente).