O meio do começo
Para uma estréia numa coluna nada melhor que outra estréia. A estréia de uma mentalidade acerca da cultura rondoniense, mais precisamente a cultura Portovelhense. Há alguns anos atrás poderíamos definir a cena rock de Porto Velho como um marasmo profundo, um ostracismo por opção, onde somente as figurinhas carimbadas da noite, tinham espaço em certos bares para divulgação de seus trabalhos, reconhecimento da mídia, reconhecimento do público, o rock estava totalmente marginalizado. E digo o rock como estilo musical mesmo, pois os músicos coitados, nem eram tratados como músicos, pois sempre houve um grande descrédito em relação às bandas desde estilo, talvez pelo seu estilo mais despojado, ou por suas idéias que nunca foram convencionais. Bom, o fato é que isso mudou, e mudou muito. Em agosto de 2004 surge uma idéia de parceria, uma parceria que uniu Rondônia (Beradeiros) ao Acre (Varadouro) em torno de uma proposta cultural sólida. Essa parceria se deu através de intercâmbios entre as bandas dos respectivos estados, e também através de um ciclo de debates entre produtores e músicos. É bem verdade que o intercâmbio teve um inicio bem tímido, mas hoje após quase 3 anos de trabalhos nas áreas sociais e culturais. Porto Velho pode dizer que possui uma vantagem em relação a outras capitais que também brigaram e ainda brigam por uma cena independente profissional, unida, e visível. Desde seu inicio a Ong criada em solo Rondoniense primou por fortalecer uma base de trabalho, ou seja, procurou meios de aglomerar quem produzia musica em Porto Velho e diminuir as lacunas que existiam entre os músicos dessas bandas e entre seus públicos. Esse era um problema antigo de Rondônia, um problema que acabou criando uma espécie de “Muro de Berlin”. Funcionava mais ou menos assim, quem era punk não gostava de headbanger, que por sua vez não gostavam dos punks, esses dois odiavam juntos os pops, estes não davam a mínima pra ninguém, e assim a cena se arrastou por 2 décadas de historias de brigas e discórdia musical. Quando o Beradeiros surge, todos já estavam cansados dessas brigas, e já havia uma consciência por parte dos músicos em relação à união de estilos num grande festival independente que pudesse abrir as portas para essas bandas que foram marginalizadas durante anos. Estava dado o primeiro passo rumo a alto suficiência da cena. Após o primeiro ano tivemos um crescimento no numero de bandas que produziam suas próprias musicas acompanhada de um crescimento qualitativo também. O Beradeiros hoje é sem sombra de duvida uma das poucas entidades culturais que conseguem agrupar quinzenalmente em auditórios cerca de 50 pessoas para simplesmente não deixar a cena independente parada. Todo esse povo além de lutar pela cena musical independente, busca através de ações sociais como arrecadações em eventos de alimentos não perecíveis, livros, com o objetivo de diminuir mesmo que sensivelmente a forte defasagem social de nossa cidade.
Giovanni MariniGiovanni é vocalista da banda COVEIROSE faz parte da produção de vários festivais(BERADEIROS, GRITO DO ROCK PVH E OUTROS)Além de ser uma figurinha carimbadaTambém estará colaborando com agente
“prefiro morrer de pé a viver de joelhos”
Emiliano Zapata
19 de mai. de 2007
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